sábado, 10 de novembro de 2007

TAREFA FINAL DO CURSO - RELATO COMENTADO

Podemos conhecer o universo?
Reflexões sobre um grão de sal


O texto nos traz uma visão ilimitada do limitado. O que é maior, um grão de sal ou o universo?
Para as mentes mais acomodadas a resposta seria direta e indiscutível: o Universo.
Mas, partindo do pressuposto de que o que se sabe do universo é não restrito tanto o que se sabe de um grão de sal podemos repensar nossa visão com base no conhecimento.
Interessante indagação faz o texto quanto ao conhecimento científico, aquele que não se contenta com uma resposta direta e indiscutível, conhecimento esse herdado pela raça humana, nos seus milhares de anos de evolução.
Fazer parte de um universo para o ser humano é compreendê-lo ou tentar compreender, não apenas como coadjuvante de uma vivência dogmática e restrita.
Quando o texto cita a teoria da relatividade nos bate um sentimento de insuficiência: Como o ser humano não pode ir até a velocidade da luz? Mas como? Será que vamos conseguir? Essas indagações são motivadas pelo interesse científico, a curiosidade que movimenta os bilhões de neurônios que são insuficientes para se entender os milhares de bilhões de moléculas existentes em um cristal de sal. Mas para o ser humano o limitado pode ser ilimitado, desde que o interesse científico siga, criando novas formas de armazenar e pensar o conhecimento, ampliando a capacidade humana para bilhares de trilhões a capacidade de produzir o conhecimento.
Isso faz da espécie humana uma privilegiada e torna nossa vida mais interessante e emocionante.


O Milagre Brasileiro



Mais para um “sonho” do que um “milagre”, o sistema econômico brasileiro nos anos de 1969 a 1973 foi utópico e egoísta. Talvez um dos grandes erros que deram certo, mas deixaram marcas que perduraram por muito tempo.

O texto detalha, de forma sublime, os benefícios e malefícios do milagre, quando a produção aumentou, gerou impostos, que foram arrecadados pelo Estado e depois empregados em um sistema do tipo “engrenagem”, que tendia a alimentar a mesma roda de produção, esquecendo-se do que realmente importava: “educação, saúde e desenvolvimento social”.
À custa de empréstimos devassadores que ficaram na conta da sociedade brasileira o governo conseguiu enriquecer quem já era rico e dar esperança a quem era pobre. Esperança porque o crédito aumentou, ficaram acessíveis alguns tipos de produtos, mas aquele que não sabia ler continuou sem saber, o que não tinha casa, ficou sem tê-la e, provavelmente, aquele que tinha carro conseguiu trocar por um mais novo.
Isso nos deixa uma lição que hoje, num mundo globalizado, fica mais fácil entender. “Nunca devemos apostar todas as fichas em um único trunfo.” Pensar no amanhã e garantir a produção de mentes melhores que as nossas é uma receita que toda e qualquer nação deve seguir para ampliar a capacidade produtiva e melhorar a qualidade de vida de seu povo.
A idéia do texto é denunciar o costume do “remediar”, esquecendo de “prevenir” os males sociais que tanto assolam o Brasil há tanto tempo.




Se um viajante numa noite de inverno



O texto inicia anunciando o novo romance de Ítalo Calvino: “Se um viajante numa noite de inverno”. O leitor fica na expectativa sobre a história, entretanto o autor dá dicas, instruções e sugestões para uma melhor leitura, comprando o leitor ao viajante. Ele orienta: “Relaxe. Concentre-se. Afaste todos os outros pensamentos”.
Ítalo Calvino tem a intenção de inspirar os leitores para que criem rituais de leitura, reservando um tempo e um lugar especial para curtir histórias, sem interrupções, quando diz que “É melhor fechar a porta; do outro lado há sempre um televisor ligado...”
“Escolha a posição mais cômoda: sentado estendido, encolhido, deitado”. Sugere. Como sabemos o aconchego é bom para reforçar a sensação de segurança e eliminar o estresse (que produz um hormônio capaz de bloquear a aprendizagem, segundo cientistas).
A lermos o texto temos a sensação de que a qualquer momento a história do viajante vai começar, mas a real intenção do autor é prender o leitor com instruções para uma boa leitura ou “viagem”. Charles Lamb diz “Eu adoro me perder nas mentes de outras pessoas. Os livros pensam por mim.” Calvino sutilmente promove as diretrizes para este fim.
Ele conclui afirmando... “Você acredita que seja certo conceder a si mesmo o prazer juvenil da expectativa num âmbito bastante circunscrito, com este dos livros, em que as coisas podem ir bem ou mal, mas em que o risco da desilusão não é grave”, enfatizando assim a essência da leitura, que é viajar para paises desconhecidos, sem deixar a sua cama, é rir e chorar com personagens e heróis. Reportamos ao pensador francês Montesquieu “Eu nunca tive nenhum problema que uma hora de leitura não pudesse amenizar!”

ALESSANDRA AUGUSTO RODRIGUES

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